A aplicação de IVA zero terminava no final do ano, mas o Governo prolongou a medida até ao dia 4 de janeiro para responder à dificuldade operacional relatada pelas empresas de distribuição representadas pela APED. Esta decisão foi bem recebida pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), que alerta, contudo, para o impacto que o fim desta medida vai ter tanto para as famílias como para a produção.
"O fim da medida do IVA, aliada ao facto de o mês de janeiro ser um mês onde tipicamente os fornecedores apresentam novas tabelas de preço, traz preocupações acrescidas ao setor, dado que terá um impacto adverso na poupança das famílias, numa altura em que o mercado continua muito pressionado e as famílias se debatem com a subida de várias variáveis, que tornam a gestão do orçamento familiar muito exigente", afirmou Gonçalo Lobo Xavier, Diretor-geral da APED.
Este responsável mostrou preocupação com o impacto que esta decisão poderá ter junto da produção nacional, reconhecendo que os apoios à produção chegaram tardiamente, mas foram importantes para baixar preços ou, pelo menos, para garantir que não subiam tanto. “No nosso entendimento, era fundamental garantir a manutenção de um nível de apoio próximo daquele que tem sido praticado por Estados-membros da União Europeia, tais como e a título de exemplo o apoio financeiro aos agricultores em Espanha".
Também a CAP confirma os atrasos no pagamento à produção, apontando que ainda faltam pagar 20 milhões de euros, como já afirmou Luís Mira, secretário-geral da CAP.