A Confederação dos Agricultores de Portugal tomou ontem conhecimento, como a generalidade dos portugueses, de uma operação da Unidade Nacional Contraterrorismo, da Polícia Judiciária, em várias cidades e freguesias do Baixo Alentejo que terá permitido a detenção de algumas dezenas de pessoas, portuguesas e estrangeiras, suspeitas de integrarem uma estrutura criminosa dedicada à exploração do trabalho de imigrantes, também na área agrícola, com existência de indícios, entre outros, de tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal, e angariação de mão de obra ilegal.

A CAP felicita a Polícia Judiciária, e a sua Unidade Contraterrorismo, pela sua ação no combate a um flagelo que todos sabemos assume uma dimensão multinacional e se aproveita das fragilidades de cidadãos que procuram melhores condições de vida para si e seus familiares.

Portugal necessita absolutamente de mão-de-obra estrangeira nos mais diversos sectores, da indústria ao comércio, dos serviços à agricultura. A contratação, entrada e o acolhimento desta mão-de-obra tem de se processar de forma célere, mas no estrito respeito da lei e dos direitos humanos dos trabalhadores migrantes.

Foi também por isso que a CAP em devido tempo assinou um acordo para a entrada regulada de trabalhadores migrantes para a agricultura e recentemente tomou a iniciativa de propor, em sede de Concertação Social, e foram acolhidas no Pacto Social assinado com o Governo, diversas medidas de apoio à concessão de habitação aos trabalhadores, portugueses e estrangeiros, como forma de contribuir para condições de vida dignas desses mesmos trabalhadores.

A CAP continuará a lutar por este objetivo e espera poder também contar sempre nesta matéria com o apoio dos diversos municípios envolvidos.

Só com empresas economicamente sustentáveis e trabalhadores com condições de vida apelativas e dignas será possível construir um Portugal próspero que ofereça perspetivas de vida atrativas para os portugueses e para os que nos escolhem como país de trabalho.

A CAP incentiva a Polícia Judiciária e a sua Unidade Contraterrorismo a prosseguirem neste combate às redes de tráfico e de exploração de trabalhadores imigrantes e apela a que as diversas entidades públicas com responsabilidades neste domínio possam trabalhar de forma mais consistente e articulada. Sem um eficaz acompanhamento dos trabalhadores migrantes desde a sua contratação criam-se condições propícias à proliferação de redes de tráfico e exploração. A CAP, naturalmente, no quadro das suas competências e actuação, colaborará sempre com as autoridades na luta contra aquelas redes.


Fonte: Comunicado da CAP, 22/11/2023