Um dia após a tomada de posse, a secretária de Estado da Agricultura, Carla Alves, apresentou a sua demissão por entender não dispor de “condições políticas e pessoais” para iniciar funções, um dia após a tomada de posse.
Na edição de 5 de janeiro, o diário Correio da Manhã noticiou que a nova secretária de Estado da Agricultura tem várias contas bancárias arrestadas, no âmbito de uma investigação que envolve o seu marido e antigo presidente da Câmara de Vinhais, Américo Pereira.
Ao longo desse dia, que foi também de debate e votação da moção de censura ao Governo - apresentada pela IL - foram-se multiplicando as dúvidas e as interpelações ao primeiro-ministro sobre a sustentabilidade desta nomeação. No fim do dia, o Presidente da República classificou a secretária de Estado da Agricultura de “peso político negativo”, e uma hora depois a Carla Alves apresentou a sua demissão.
Para a CAP, a demissão da secretária de Estado da Agricultura evidencia a “incapacidade política” da ministra da Agricultura e pede que seja apurado se a ministra sabia das “circunstâncias graves” que levaram à demissão de Carla Alves. “Este é mais um episódio que evidencia a absoluta incapacidade política da ministra da Agricultura, e que revela uma gritante ausência de capacidade de gestão para desempenhar adequadamente as suas funções”, afirmou o secretário-geral da CAP, Luís Mira, em resposta à Lusa.
“O que se espera no rescaldo desta lamentável situação é que haja, primeiro, uma responsabilização política inequívoca e que dela se retirem as devidas consequências”, vincou. Luís Mira pediu ainda respeito pelos agricultores e que “rapidamente, com novos protagonistas, seja possível encontrar-se rumo para as políticas que o setor precisa e que o país exige”.