O exemplo está a ser dado pela Associação de Beneficiários da Obra de Rega de Odivelas-ABORO, que promoveu em 16 de maio, uma sessão técnica sobre “Sustentabilidade e gestão eficiente da água e da energia em regadio”.
A ABORO investiu 540.000 € em duas centrais fotovoltaicas para produção de energia solar usada nas estações de bombagem dos reservatórios do Marmelo e do Monte Branco, no concelho de Ferreira do Alentejo.
Estas centrais, que entraram em funcionamento em abril de 2018, vão permitir poupanças de 15% a 20% (70.000 €/ano) na fatura energética da ABORO.
A modernização do regadio público, com a introdução de sistemas de distribuição da água por pressão em substituição do tradicional método por gravidade, trouxe consideráveis ganhos de eficiência no uso da água em Portugal.
Atualmente, cada agricultor gasta em média 5.500 m3 água/hectare, quando na década de 60 eram necessários 15.000 m3/hectare.
No entanto, esta poupança teve como consequência o aumento do consumo de energia associada ao regadio, que subiu de 200 kwh/hora para 1.500 kwh/hora, no mesmo período.
“Hoje em dia, o nosso maior desafio é reduzir a fatura energética associada à bombagem da água” explica José Núncio, presidente da FENAREG
“É importante que sejam criadas, no âmbito do PDR2020 e na nova PAC, medidas específicas de apoio à instalação de energias alternativas nas estações de bombagem dos aproveitamentos hidroagrícolas, mesmo naqueles que foram alvo de modernização recente, mas que não contemplaram investimentos em melhoria da eficiência energética», concluiu.