De acordo com um levantamento promovido pela ANPROMIS, os prejuízos provocados pelos javalis nas searas de milho dos nossos associados, representaram em 2018, um valor extremamente elevado, a rondar os 985 mil euros.
Ciente da dimensão desta problemática, a ANPROMIS, a ANPOC, a AOP e a ANPC manifestaram junto da CAP a sua preocupação com este tema e a necessidade de se tomarem medidas no mais curto espaço de tempo.
Desta forma, teve lugar no passado dia 27 de Fevereiro uma reunião com o ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e Florestas), promovida pela CAP, em que participaram a ANPROMIS e a ANPC.
Indicamos de seguida algumas das principais medidas debatidas:
Urge aumentar o esforço de caça e autorizar ações de controlo de densidades para mitigar os avultados prejuízos causados em determinadas culturas agrícolas mais intensivas, entre as quais o milho, mediante a realização de batidas, montarias e esperas;
Em certas regiões mais críticas, é inclusivamente necessário implementar Planos Globais de Gestão que permitam o controle das elevadas densidades das populações de javalis aí existentes;
Paralelamente, importa prever no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), um concurso específico que permita o financiamento da instalação de cercas, que possibilitem minimizar os prejuízos provocados pelos javalis;
Por outro lado, é fundamental a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) e o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) estabelecerem, desde já, medidas para prevenir o possível aparecimento da Peste Suína Africana em Portugal, nomeadamente através da diminuição das densidades excessivas de javalis;
Por último, é imperioso uniformizar os critérios de apreciação de pedidos de controle de densidade ao nível das distintas Direções Regionais Conservação Natureza e Florestas (DRCNF) não criando entraves na apreciação dos pedidos de correção de densidades apresentados, como tem sido prática.
Face ao exposto, a ANPROMIS e a ANPC reiteram a necessidade das autoridades nacionais competentes, à semelhança do que está a ser efetuado em outros Estados-membros, tomarem as medidas necessárias de uma forma firme, célere e concertada, revertendo a situação actual de descontrole que se vive em certas regiões do país, que penaliza muito seriamente os agricultores locais, constitui uma fonte crescente de risco sanitário para a suinicultura nacional e é a causa de um significativo aumento do número de acidentes rodoviários originados nas estradas portuguesas, não esquecendo também os enormes impactos que estes animais têm, quando em densidades excessivas, nos povoamentos florestais jovens e na vegetação em geral, incluindo flora protegida rara, como é o caso da serra da Arrábida.
Fonte: Nota de Imprensa ANPROMIS e ANPC, 07/03/2019