A CAP realizou hoje, dia 17 de abril, em Grândola, a segunda sessão do ciclo de conferências “Gestão Florestal, Território e Riscos Naturais”, acerca dos montados, sobreirais e azinhais, no sentido de contribuir para uma melhor compreensão pública sobre a relevância destes sistemas de produção florestal mediterrânicos e dos desafios que se colocam na sua gestão.

Não evento, que contou com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão de encerramento, a CAP defendeu que “os montados, sobreirais e azinhais sejam objeto do primeiro programa nacional de compensação/pagamento de serviços do ecossistema”.

O presidente da CAP, Eduardo Oliveira e Sousa, preconizou ainda “que seja estabelecido e dotado financeiramente um programa específico de investigação e experimentação da gestão dos montados, com uma particular expressão na superação dos problemas da natureza fitossanitária e de adaptação às alterações climáticas”.

Para a CAP, as expetativas da sociedade relativamente à manutenção de uma vasta gama de serviços do ecossistema do montado, com uma importância vital para a comunidade – nomeadamente na conservação do solo, regulação do ciclo da água, sustentação de múltiplas atividades económicas e de recreio e paisagem, para além da fixação de carbono – não podem materializar-se por uma via impositiva

A conferência foi promovida num contexto de “rápida mudança do clima, drásticas alterações do uso do território rural, da sua população e das condições sociais e económicas em que a gestão da floresta ocorre, e contou com intervenções de Conceição Santos Silva, da UNAC – União da Floresta Mediterrânica, Luís Neves Silva, do WWF – World Wildlife Fund, Joana Amaral Paulo, do ISA – Instituto Superior de Agronomia, André Vizinho, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Rui Almeida, do ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Rui Alves, da Companhia das Lezírias, e António Gonçalves Ferreira, Vice-Presidente da CAP.

O evento sucede à primeira sessão deste ciclo de conferências, realizada em Lisboa, no dia 27 de Fevereiro, sobre questões como a mudança do clima e a recorrência de eventos meteorológicos extremos, a relação da composição específica da floresta com os incêndios, assim como as alterações do uso do território rural, da sua população e das condições sociais e económicas em que a gestão da floresta ocorre.

Nessa primeira sessão, a CAP defendeu um novo modelo de contrato social para os produtores florestais, tendo em conta que as exigências e condições propostas pela sociedade aos produtores florestais apenas poderão ser aceites e cumpridas se forem exequíveis, tecnicamente corretas, economicamente sustentáveis e justas.

INFORMAÇÃO GERAL SOBRE A CONFERÊNCIA:

https://www.cap.pt/iniciativas/evento/gestao-florestal-territorio-e-riscos-naturais

Foto de Arquivo