O périplo começou em Montemor-o-Velho, onde se fizeram contas aos danos provocados pelas cheias do Mondego no passado mês de Dezembro, e termina agora mais a Sul, em Montemor-o-Novo, onde a seca prolongada não tem dado tréguas aos agricultores.
O encontro organizado pela Direção da CAP e os seus associados da região do Alto Alentejo decorre hoje, dia 2 de Março, a partir das 10 horas, no Parque de Exposições da APORMOR - Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo e marca o fim do ciclo anual de Conselhos Consultivos Regionais, que percorreu o País desde o final de Janeiro.
A discussão de medidas de longo prazo para o combate à seca, capazes de promover a sustentabilidade económica da atividade agrícola no território e de travar o processo de desertificação em curso, permitindo a fixação de população na região, estará no centro da agenda desta reunião.
Temas como o REAP, o novo regime jurídico que regula o exercício e o licenciamento da atividade pecuária, serão também abordados, a par de outras problemáticas que continuam a preocupar os agricultores portugueses, como os atrasos nos pagamentos no âmbito do atual Programa de Desenvolvimento Rural (mais de mil milhões de euros do PDR2020 que ainda estão por executar) e o futuro orçamento plurianual da União Europeia – depois do falhanço das negociações no Conselho Europeu extraordinário que decorreu a semana passada, em Bruxelas, que podem pôr em causa a manutenção do envelope financeiro da Política Agrícola Comum (PAC) para Portugal.
Este ciclo de Conselhos Consultivos Regionais da CAP, que agora finda no Alto Alentejo, passou ao longo das últimas semanas pelas regiões do Centro, Trás-os-Montes, Douro e Minho, Oeste, Baixo Alentejo e Algarve, e Ribatejo. Estes encontros têm como objetivo promover o diálogo direto com as estruturas regionais e a partilha das linhas-mestras da atuação da CAP, assim como auscultar os anseios e expetativas dos organismos descentralizados.