Foi há momentos anunciada a entrega de um “pré-aviso de greve ao trabalho suplementar, feriados e fins de semana” relativo ao transporte de matérias perigosas. A CAP considera que o arrastar deste conflito laboral prolonga a incerteza e a imprevisibilidade em torno do abastecimento de combustível, essencial para a atividade económica em geral, e para a agricultura em particular.
Esta é uma situação que deve preocupar os Agricultores portugueses, sobretudo os que estão, e estarão, em campanha ao longo do próximo mês de Setembro, com destaque para as vindimas, um pouco por todo o país. Só o sector vitivinícola é responsável por mais de 200.000 empregos directos e indirectos. São números que expressam bem a importância que o setor vitivinícola representa para o país, pois além do relevante número de postos de trabalho, há que ter em conta os milhares de agricultores e suas empresas que o setor promove.
Ao longo das últimas semanas, através dos sucessivos e atempados alertas da CAP, a par das ações que, localmente, as organizações agrícolas e os produtores desenvolveram para constituírem reservas e, claro, também pelas medidas que o Governo tomou – que foram determinantes e adequadas à exigência da situação – foi possível mitigar os efeitos da greve. Não tivesse havido este esforço concertado e determinado e a situação teria sido catastrófica para muitos Agricultores deste país.
Contudo, o impacto para os sistemas de abastecimento à Agricultura de uma “greve parcial” ou de uma “greve às horas extraordinárias, aos feriados e aos fins-de-semana“, não é conhecido. Independentemente de o Governo poder vir a fazer uso dos mesmos mecanismos legais, e tomar o mesmo tipo de medidas que tomou durante a greve que passou, a CAP sublinha a importância de os Agricultores e transportadores dos seus produtos constituírem reservas de combustível, respeitando, naturalmente, todas as regras de segurança, e de tomarem medidas de prevenção adequadas que permitam mitigar uma eventual escassez.
CAP - 21 de Agosto de 2019