A Confederação dos Agricultores de Portugal endereçou um convite aos principais partidos políticos que concorrem às eleições legislativas antecipadas marcadas para 30 de Janeiro para participarem num debate que pretende elucidar os seus associados sobre as linhas de ação que vão apresentar nos respetivos programas de Governo no que ao setor agrícola diz respeito. A sessão de esclarecimento será transmitida virtualmente, com os representantes designados por cada partido a reunirem-se presencialmente na sede da CAP.
Depois de anos em que a Agricultura perdeu a preponderância na ação e no discurso políticos – o que se traduziu, na última legislatura, no esvaziamento do Ministério da Agricultura e na dispersão de pastas fundamentais por diferentes tutelas, nomeadamente para o Ministério do Ambiente, como foi o caso das florestas, dos animais ou da gestão da água – importa aferir as medidas prioritárias que os diferentes partidos políticos que concorrem às eleições propõem dirigir ao setor agrícola.
Num momento tão decisivo para a Agricultura e para o País como aquele em que nos encontramos – após a revisão da Política Agrícola Comum e em plena fase de apresentação do PEPAC (Programa Específico da Política Agrícola Comum para Portugal) e quando está prestes a arrancar o novo Quadro Financeiro Plurianual, até 2027 – a CAP considera crucial o esclarecimento dos Agricultores portugueses sobre as propostas políticas que vão a eleições no final de Janeiro.
Eduardo Oliveira e Sousa, Presidente da CAP, afirma: “O Mundo Rural e a Agricultura exigem que os partidos que concorrem às próximas eleições apresentem aquela que é a sua visão para o setor e as medidas que consideram fundamentais para apoiar uma atividade económica que é vital para a economia e que tem dado um contributo muito relevante para as exportações nacionais. O que pedimos é que, com transparência, nos esclareçam sobre aquele que consideram que é o papel do setor agrícola na Economia e na Sociedade e a visão que têm para o seu futuro; quais as prioridades em termos de investimento com vista à sua competitividade; e que medidas devem ser tomadas para garantir a valorização da atividade e dos Agricultores.”
Portugal e a Agricultura necessitam de uma visão política de longo prazo, que reflita aquelas que são as prioridades de desenvolvimento para o País e para a Economia e que não ignore uma parte fundamental do território nacional, o Mundo Rural. Portugal e a Agricultura precisam de uma estratégia que não imponha ao setor a atual carga fiscal, condenando-o à asfixia e à baixa competitividade. A Agricultura Portuguesa tem de assumir a sua centralidade na ação política.
Atempadamente, a CAP informará sobre os intervenientes designados pelos partidos políticos para estarem presentes na sessão de esclarecimento, no próximo dia 12 de Janeiro, a partir das 15 horas. Da mesma forma, disponibilizará o link para participação neste evento online.
Comunicado da CAP, 28 de Dezembro de 2021