Um movimento espontâneo de agricultores manifesta-se desde as primeiras horas de hoje, 1 de fevereiro, em todo o país, galvanizando o sentimento de indignação que se vive no sector.
“A CAP está inteiramente solidária com o protesto dos agricultores. É um protesto nascido espontaneamente, não foi um protesto criado por nenhum partido, por nenhuma organização. E traduz a profundidade do descontentamento dos agricultores”, declarou o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal.
Álvaro Mendonça e Moura considera que o anúncio do Governo, na passada semana, de cortes de 25 e 35% em pagamentos devidos aos agricultores foi “a gota de água que fez extravasar o copo do descontentamento”. Se, por um lado, acendeu o rastilho do protesto deste movimento cívico, por outro, levou a CAP, enquanto organização representativa do sector e parceiro social, a exigir do Governo a reversão da decisão, o que foi conseguido pela via negocial e anunciado pelo Ministério da Agricultura, em comunicado, na manhã de ontem e, justificado de viva voz pela ministra da Agricultura na conferência de imprensa da tarde, apenas como “uma comunicação menos feliz” do IFAP que “falou antes do tempo sobre um corte de 35 e 25 por cento”, disse Maria do Céu Antunes.
O presidente da Confederação reiterou que não é aceitável “que os ministros venham a público, depois do acordo feito com a CAP, apresentar números que no fundo são uma mera repetição de anúncios feitos. “Não vale a pena virem repetir, isso só faz com que as pessoas tenham mais desconfiança quando dialogam com o Governo e, de um modo geral, quando dialogam com os políticos”, afirmou o responsável.